Antes de se aprofundar no uso da energia solar no campo, vamos fazer um pequeno resgate da tecnologia. Nos primeiros seis meses deste ano, o Brasil chegou a 260 megawatts (MW) médios de potência de energia solar fotovoltaica gerada pela instalação de sistemas de microgeração e minigeração. O dado é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O número é 88 vezes maior do que aquele registrado no primeiro semestre de 2017. Em setembro de 2018, o Brasil atingiu a marca de 350 megawatts (MW) em geração solar distribuída.

Foi um avanço e tanto em termos de sustentabilidade na geração de energia. Em 2012, existiam apenas quatro projetos desse tipo em todo o país. O que contribuiu para o aumento desses projetos e, por consequência, para a elevação da geração de energia foi o desenvolvimento de um marco regulatório. Ainda em 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou a micro e a minigeração, o que criou condições para seu crescimento. Nos anos seguintes, novas regulamentações foram igualmente importantes para o estímulo desse mercado.

A tecnologia que transforma os raios solares em energia elétrica pode ser instalada, por exemplo, em residências, comércios, prédios públicos e propriedades rurais. São os imóveis residenciais que ocupam a liderança da lista entre os locais que mais utilizam o sistema. Mas há um outro público que ainda pode explorar esse potencial energético renovável: os produtores rurais.

Energia solar no campo: menos gasto, mais produtividade

A energia solar no campo é a melhor forma de diminuir custos e aumentar a produtividade. Os ganhos são enormes, não apenas para o produtor rural como para a coletividade. O território brasileiro recebe altos índices de radiação solar. O uso crescente dessa matriz energética renovável, sustentável e limpa, substituindo fontes de energia obtida com a queima de combustíveis fósseis, é positivo para o meio ambiente e para a saúde pública.

A instalação dos equipamentos necessários para a geração de energia solar fotovoltaica permite à propriedade rural não sofrer com a oscilação de energia. Essas propriedades costumam estar  distantes do centro de distribuição mantido pela concessionária, o que resulta em perdas na rede   durante a transmissão da energia. Em casos extremos, essa instabilidade energética resulta na queima de aparelhos e maquinários. É importante lembrar, no entanto, que os sistemas de energia solar só funcionam se a propriedade estiver ligada à rede elétrica das concessionárias.

As possibilidades de instalação dos equipamentos são muitas, o que mostra a versatilidade da tecnologia. Já existem sistemas de energia olar fotovoltaica flutuantes em açudes para proporcionar ao produtor rural a máxima utilização do solo para fins produtivos, mantendo o solo dedicado apenas para as plantações.

Nos últimos dez anos, a instalação da energia solar fotovoltaica ficou entre 60% e 80% mais barata, ainda de acordo com a Absolar. Nesse mesmo período, o custo da energia elétrica oferecida pelas concessionárias disparou. Ao colocar na ponta do lápis, o produtor rural percebe facilmente que o  investimento nos equipamentos é rapidamente recuperado – em alguns poucos anos.

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